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A precisão no prazo de entrega é de extrema importância para o varejo, afinal, tem relação direta com a satisfação do cliente. Em um País continental como o Brasil, os desafios de logística são ainda maiores. Por conta disso, as empresas do setor dão atenção especial a essa área e precisam se reinventar, sempre. Marcelo Lopes – que assumiu a vice-presidência de Logística e TI da Via Varejo em maio de 2013 e que, antes, atuou como diretor executivo de Logística e Supply Chain do GPA por 12 anos – reforça que a evolução das áreas de logística e TI foi fundamental para os resultados desses 65 anos de GPA.

A experiência em logística, tanto no varejo alimentar quanto no varejo não alimentar, trouxe uma visão abrangente das especificidades e desafios da área. Há algumas diferenças importantes. No varejo alimentar, por exemplo, são realizadas aproximadamente 700 mil entregas por ano para o abastecimento das lojas. Já na Via Varejo, essa quantidade fica em torno de 115 mil, com uma média de 1,2 mil entregas por mês. Enquanto no varejo alimentar a experiência de compra acontece na loja, no varejo não alimentar essa experiência começa no momento da compra, na loja física ou online, e só termina quando o produto é entregue ao cliente. “Na loja, o cliente realiza o sonho de comprar o eletrodoméstico, eletroeletrônico ou mobiliário que tanto almeja. Mas esse desejo só é concretizado quando ele recebe o produto no prazo estabelecido e em perfeito estado.

Lopes ressalta que o Brasil é desafiador do ponto de vista da logística de transporte. “A gente vive em um País muito extenso e somente 12% das estradas são asfaltadas”, comenta. Como a infraestrutura logística para a realização do abastecimento por outros meios também é precária, o trabalho ainda é realizado integralmente por transporte rodoviário. Para minimizar as dificuldades, as próprias empresas devem criar soluções. “Quanto mais integrada estiver a malha logística, possibilitando que o volume vendido esteja próximo do ponto de venda, maior será o nosso diferencial competitivo”, revela. E para facilitar cada vez mais esse fluxo, a Via Varejo começou um processo de regionalização do abastecimento.

Há dois anos, o modelo logístico era concentrado no centro de distribuição de Jundiaí. “Independentemente se a loja fosse fora de São Paulo, o reabastecimento era feito em Jundiaí”, comenta. Após um mapeamento de abastecimento de origem e de destino, foi iniciado um processo de descentralização. Há aproximadamente sete meses, os fornecedores já conseguem entregar as mercadorias em CDs localizados em Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. Hoje, a empresa tem 13 centros de distribuição e 12 entrepostos espalhados pelo Brasil. Enquanto os CDs têm a missão de receber, armazenar e distribuir os produtos, os entrepostos servem como operação de “transit&point”. “Os entrepostos recebem só o volume de entrega. Se temos que fazer uma entrega daqui a dois dias, ela pode ficar um período no entreposto mais próximo do local de entrega, o que garante mais agilidade nesse processo”, explica Lopes. A maior capilaridade gerou redução de custos e ainda garantiu menor prazo na entrega dos produtos, o que traz, no fim do processo, mais qualidade no atendimento ao cliente. “Se já há local de abastecimento em uma região, conseguimos vender hoje e entregar no dia seguinte. Com as mudanças, conseguimos uma evolução de 20% no índice de eficiência logística”, afirma o executivo.

Fonte: http://www.logweb.com.br/novo/conteudo/materia/33021/via-varejo-regionaliza-abastecimento-e-incrementa-em-20-eficincia-logstica/