Home > Notícias > Risco de

Risco de


Fonte: Webtranspo

O setor de transporte de cargas fez um alerta ao Governo Federal nesta terça-feira: se as rodovias que deveriam ligar o Amazonas ao resto do País não forem viabilizadas no médio prazo, a região pode sofrer um "apagão logístico". Para o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas da Amazônia (Fetramaz), Irani Bertolini, isso esteve muito perto de acontecer em 2008. "O País pode crescer entre 5% e 6% em 2010. Se isso for concretizado, as rodovias deverão estar em condições de acompanhar esse crescimento", avaliou.
A logística foi tema de debate promovido, ontem, pelo Ministério dos Transportes, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O objetivo foi colher sugestões para o aprimoramento do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), que pretende resolver os eternos gargalos que o País enfrenta nessa área.
Atualmente, apenas 3% das rodovias estão em situação "ótima", enquanto mais de 70% está na condição de "regular", segundo estudo da Fetramaz. Já estaria de bom tamanho se as estradas que servem a região estivessem pelo menos nessa última situação. Mas o fato é que as rodovias BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-163 (Cuiabá-Santarém) – que podem reduzir o tempo de transporte de Manaus ao Sudeste entre dois e cinco dias – têm sua recuperação caminhando a passos de tartaruga.
O representante da Fetramaz apresentou um diagnóstico atual da situação das principais rodovias que servem a Amazônia, com sugestões para melhoria. A rodovia Santarém-Cuiabá, por exemplo, se reconstruída, poderia integrar um sistema rodofluvial a serviço da Zona Franca. O ganho em tempo seria de dois dias. Já a rodovia Manaus-Porto Velho poderia agilizar em até cinco dias o deslocamento aos mercados consumidores.
O problema com esses projetos é o mesmo: demora exagerada na liberação das licenças ambientais. "Não podemos esperar para sempre", disse Bertolini, chamando a atenção para o risco de apagão na logística. O Secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato, garantiu que o Governo Federal está empenhado em resolver o problema dos licenciamentos e tornar a reconstrução das rodovias uma realidade.
O problema é que essa promessa é tão velha quanto os buracos nas estradas. A BR-163, por exemplo, foi prometida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu primeiro mandato e no segundo. O presidente Lula também prometeu no primeiro mandato e já está terminando o segundo.

Quanto a esta estrada, as licenças ambientais estão, ao que parece, finalmente prontas. E a obra deve ser concluída até o final de 2011, segundo a previsão atual do Governo. É esperar para ver.