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Raízen vai investir R$ 600 mi em infraestrutura logística


A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, vai investir cerca de R$ 600 milhões entre este ano e abril de 2013 para melhorar sua infraestrutura logística no transporte de combustível no país e exterior. “Temos planos agressivos, que incluem investimentos em novos terminais, tancagem e exploração de melhor escoamento de líquidos por ferrovias e hidrovia”, disse ao Valor Leonardo Gadotti Filho, vice-presidente de logística, distribuição e trading do grupo. De olho no mercado americano, a empresa quer ter um terminal dedicado a etanol na região Nordeste.

O foco da companhia é melhorar a eficiência nas regiões Norte e Nordeste, sobretudo na Bacia Amazônica, com a substituição de caminhões por trilhos e cabotagem e, no futuro, ter uma integração maior com hidrovia.

Os projetos do grupo focam a região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), onde a fronteira agrícola para cana-de-açúcar começou a ser explorada e se consolida como importante atividade de negócios. “Temos uma base em Itaqui [no Maranhão], mas vamos avançar os investimentos, com um terminal de derivados, etanol e tancagem. Hoje, chegamos com o produto por navio, via cabotagem, e recebemos etanol por caminhão. No futuro, queremos receber esse etanol por vagão, num modal mais eficiente, via Norte-Sul e suprir Palmas [TO], que hoje é caminhão, por vagão. Em um segundo momento, vamos exportar por Itaqui, que é uma grande porta de saída, não só para etanol. Através da ferrovia, conseguiremos transportar etanol para Itaqui e dali poderemos embarcar para os Estados Unidos, só com dois terços do frete que você pagaria [por Santos].”

Segundo Gadotti, a Raízen também está olhando oportunidades de expansão de transporte de combustíveis em locais onde a Petrobras está planejando novas refinarias. “Estamos olhando com lupa os portos de Suape (PE), Pecém (CE)” e Macabeira (MA)”, afirmou. “Em Maranhão, por exemplo, podemos trazer diesel por vagão e retornar com etanol, seja para exportação, ou cabotagem, para abastecer a região do Amazonas. Fazemos isso hoje por caminhão até Porto Velho.”

A fotografia atual da infraestrutura para o escoamento de combustíveis no país é ineficiente. “Hoje, o etanol sai de caminhão do interior de Goiás [onde a Raízen tem usinas] e vai até Santos. São mais de 1.000 caminhões que chegam a carregar um navio, por exemplo”, disse Gadotti. Segundo ele, a Raízen quer mudar esse cenário. “Itaqui é uma alternativa para o médio prazo para exportar. E quando tivermos um mercado mais aberto para hidrocarbonetos, vamos passar a importar também.”

Em Tocantins, o grupo vai investir em um terminal e um centro coletor de etanol, que não será necessariamente produzido só pela Raízen. O grupo vai funcionar como originador e levar produtos terceiros. Atualmente, a Bunge, que é produtora de etanol no Estado, utiliza a malha da Norte-Sul, com contrato de longo prazo com a Vale. “Vamos ter as duas pontas, levando o produto para o interior e retornando com etanol e biodiesel, a chamada logística reversa.” Os aportes nos dois Estados devem ficar em cerca de R$ 150 milhões.

Os planos da companhia também incluem explorar o transporte fluvial. “Estamos analisando. Atualmente, contratamos esse serviço na bacia do Amazonas, para suprir Santarém, Porto Velho e Manaus. Saímos de Belém para Manaus por barcas. A meta é não terceirizar mais e sim ter nossa própria infraestrutura.”

Fonte: Valor Econômico