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O papel da cadeia de suprimentos para um comércio mais eficiente


Vemos um movimento cada vez maior de empresas investindo para reduzir suas emissões de dióxido de carbono e outros gases que causam o
efeito estufa, em busca de um meio ambiente mais saudável e eficiente do ponto de vista energético. O que algumas organizações ainda não perceberam é a importância de envolver também parceiros e fornecedores nessa missão, já que todo o ecossistema corporativo pode – e deve – entregar produtos e serviços cada vez mais sustentáveis. Para isso, as empresas precisam agir dentro de suas cadeias produtivas, que são responsáveis pelos gargalos de custo, consumo de energia e poluição.

Uma cadeia de suprimentos inteligente é capaz de conectar perfeitamente todos os pontos do negócio, distribuir informação digital em tempo real e trabalhar segundo um modelo de mais responsivo. Um projeto bem implementado pode representar redução nos prazos de entregas de mercadorias e reduzir o desperdício e prejuízos financeiros com a perda de mercadorias perecíveis.

Hoje, existem R$ 2,01 trilhões em mercadoria em excesso estocada entre a indústria e o varejo, com processos configurados para longos tempos de entrega, forçando os varejistas a fazerem “apostas” nos estoques.

Ao estabelecer uma estratégia de cadeia de suprimentos inteligente a organização precisa levar em considerações três principais aspectos: leis e
regulamentações, pressões externas e redução de custos.

– Leis e regulamentações — governos no mundo todo estão se comprometendo e estabelecendo mudanças na legislação com o intuito de proporcionar melhorias para o meio ambiente e para o clima.

– Pressões das partes interessadas — cada vez mais, as credenciais “verdes” de uma empresa estão sendo utilizadas como critérios de seleção por clientes, investidores e parceiros de negócios.

– Custos — a redução na emissão de CO2 e contenção de custos são prioridades compatíveis com um cenário de preços voláteis de energia e altos custos na cadeia de suprimento.

Existem algumas ferramentas comuns que podem oferecer redução de custos e nas emissões de CO2 como, por exemplo, questões relativas a transporte, gerenciamento do ciclo de vida do produto, produção, embalagem e embarque.

A relação entre suprimentos e transporte impacta diretamente na emissão de gás carbônico de uma empresa. Quanto mais próximo situa-se o fornecedor, menor o gasto com transporte e, também, menos emissões. O fornecimento local pode aumentar os custos das matérias-primas, mas isso pode ser mais que compensado reduzindo a distância viajada.

Outro fator importante entre as alternativas para conciliar custos e sustentabilidade é a maneira com a qual os produtos são projetados, manuseados, rotulados, empacotados e reciclados – isso pode ter um profundo efeito sobre o índice de carbono da cadeia produtiva. Nesse sentido, há oportunidades de mudança com o objetivo de reduzir o consumo energético na manufatura, distribuição ou uso final. Planejar os eventos do ciclo de vida de um produto ainda na fase inicial de qualquer projeto é a melhor maneira de eliminar ou reduzir custos e minimizar as emissões de CO2 da cadeia de suprimento reversa.

Além disso, a cadeia produtiva não termina com o produto final. Ele ainda precisa ser embalado e também embarcado para os mercados a que se destina.

Reduzir a quantidade de embalagem em um produto pode parecer a melhor maneira de diminuir tanto o seu custo quanto o seu impacto ambiental. Mas isso não acontecerá se a prática resultar em problemas de segurança, danos e devolução. A embalagem existe para proteger o conteúdo e até mesmo prolongar sua vida útil.

São muitas as variáveis que incidem sobre a cadeia produtiva. Balancear e equilibrar as questões relativas à sustentabilidade e ao novo ambiente
econômico, que exige cada vez mais controle, é fundamental para reduzir custos e preparar-se para o futuro. Os verdadeiros líderes de negócios buscarão oportunidades de baixo custo e também novas formas para aumentar a participação no mercado. É importante ressaltar ainda que produtos ambientalmente responsáveis representam um nicho de mercado em franco crescimento. Isso significa que negócios que focam em melhorias de processo, controle de custos, inovação de produtos e serviços e na redução do impacto ambiental com certeza se posicionam na liderança do mercado. E também ajudam a construir um planeta mais sustentável e inteligente para todos.

Rodrigo Damiano – Líder de Supply Chain na consultoria da IBM Brasil

Fonte: acrítica.com