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Logística: (só) os outros avançam


Dizem os antigos árabes que os cães ladram enquanto a caravana passa. Os cães ladram porque é o que sabem fazer, quando algo incomum acontece em seu território. A caravana passa porque é de sua natureza seguir em frente. Em termos de logística, o Brasil da Copa do Mundo perdeu vinte pontos na classificação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird, instituição integrante do Banco Mundial), caindo da 45ª para a 65ª posição, a pior desde que esse indicativo foi lançado em 2007.

Outros indicadores globais já mostravam como as coisas estavam mal: em 2012, o Fórum Econômico Mundial avaliava que num total de 144 países, o Brasil estava em 134º lugar em termos de aeroportos (15º/África do Sul, 68º/Índia, 70º/China); 135º lugar em portos (52º/África do Sul, 93º/Rússia), 100º em ferrovias (22º/China, 27º/Índia, 30º/Rússia), 123º em rodovias, a menina dos olhos do governo brasileiro, agora cada vez mais cega (42º/África do Sul, 54º/China).

Ladrarão os de sempre: ah, mas o Brasil está crescendo muito, duplicando suas capacidades… Vamos lá: o que significa isso? Talvez em 10 anos o Porto de Santos duplique sua movimentação de cargas, se o caos nas estradas deixar. Terá passado então de 2,99 milhões de TEUs para uns 6 milhões. Esse monstruoso crescimento não faz nem cosquinha no Porto de Rotterdam, na Holanda, que movimenta uns 12 milhões de TEU/ano. E nem isso é grande coisa: Cingapura (campeã em eficiência logística pela classificação do Bird) anda pelos 30 milhões, Shanghai pelos 32 milhões, e mais sete portos orientais têm marcas maiores que o célebre porto holandês.

Fonte: http://portogente.com.br/colunistas/carlos-pimentel/logistica-so-os-outros-avancam-81412