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Logística nas grandes cidades requer planejamento extra


O empreendedor que pretende operar seus negócios nas grandes capitais deve levar em conta leis de restrição de circulação municipais na hora de conceber seu planejamento de logística. Cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo têm em vigor leis que proíbem o trânsito de caminhões em determinados horários e regiões.

Na capital paulista, por exemplo, existem vários tipos de restrição ao trânsito de caminhões. As principais são Zona de Máxima Restrição de Circulação (que proíbe o trânsito de caminhões de 2ª a 6ª, das 5 às 21 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas, exceto feriados), as Zonas Especiais de Restrição de Circulação (áreas ou vias exclusivamente residenciais estabelecidas pelo Plano Diretor da cidade) e as Vias Estruturais Restritas (avenidas estruturais que ligam regiões importantes da cidade e que restringem o tráfego de carga em alguns horários).

Com isso, uma alternativa para auxiliar a efetuar o abastecimento de mercadorias e entregas nessas regiões pode ser uso dos veículos urbanos de carga (VUCs), caminhões definidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo como aqueles com largura máxima de 2,20 metros, comprimento de até 6,30 metros e limite de emissão de poluentes.

Desde 17 de maio, esse tipo de caminhão menor pode circular livremente, e em qualquer horário, na Zona Máxima de Restrição paulistana, desde que esteja cadastrado na prefeitura. O problema é que, por ser menor, o VUC acaba encarecendo a operação final.

“Sem dúvida o custo associado ficou maior. Pois, se você fizer uma relação de custo por carga transportada, para o veículo menor será sempre maior. Você tem um custo operacional maior do que se você pudesse utilizar um caminhão convencional”, aponta Edson Carillo, vice-presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog).

Segundo Edson, esse custo maior é resultado da soma de uma série de desvantagens que vão além da capacidade menor de carga do veículo. Fatores como maior número de mão de obra para realizar a mesma operação e exigência de uma estrutura maior resultam nesse resultado negativo. “Tenho uma portaria, ou uma área de descarga, e terei que receber cinco vezes mais veículos do que eu receberia. Todo o processo de recebimento acaba tendo a necessidade de uma estrutura maior. Além disso, o custo operacional do transporte é maior com o VUC. Então, quando se faz um apanhado de situações, o custo associado é bem maior”,declara.

Alternativas
Para se adequar a essa restrição, e operar seu negócio de forma eficiente, o empreendedor deve estruturar o seu planejamento de logística levando em consideração as características dos VUCs. “Uma estratégia de logística que pode ser empregada é usar um ponto de apoio para fazer a redistribuição. Você leva e avança a carga em um caminhão maior, no horário permitido, e descarrega nesse ponto. Depois, com veículos menores faz os abastecimentos mais próximos”, orienta Edson.

Esse sistema de abastecimento e entrega possibilita ao empreendedor trabalhar com estoques menores, uma vez que as entregas serão mais frequentes. Mas Edson alerta para os maiores riscos desse tipo de opção. “Dessa forma, eu me exponho mais a riscos de acontecer alguma coisa no meio do processo. E, como estou trabalhando com estoque menor, se não receber o que preciso, posso desabastecer meu empreendimento”, alerta.

 Fonte: terra.com.br