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Logística Humanitária


Tema novo no país, o conceito de logística humanitária é uma função exigida para assegurar com eficiência e eficácia o fluxo de suprimentos e pessoas com o propósito de salvar vidas e aliviar o sofrimento de vulneráveis (adaptado de Thomas, 2004).

Para que tenhamos êxito neste sentido é preciso que dois dos pontos cruciais do conceito logístico sejam atingidos plenamente: a informação e o tempo de resposta.

O cenário geralmente onde ocorre às operações são desastres naturais oriundos de relacionamento desarmonioso do homem com os ecossistemas urbanos e rurais, ou provocados por desequilíbrios nos inter-relacionamentos sociais, econômicos, políticos e culturais, guerras ou guerrilhas, situações de vulnerabilidade ou abandono das autoridades.

Dentre estes podemos citar no mundo os atentados de 11 de Setembro de 2001 e a Tsunami (2004/2005), além do mais cruel deles, o abandono por conta de regimes políticos ditatoriais e sanguinários emanados do poder, ou contra o poder
(regiões de conflito no mundo mais comuns) áfrica, algumas localidades da Europa, América Central, Oriente e outros.

Nestes casos é necessária à mobilização de recursos materiais e humanos, a organização de equipes multifuncionais de planejamento e controle além de equipes técnicas e operacionais para lidarem com tais situações, bem como a manutenção da ordem e da justiça.

Dentre os itens de suprimentos mais importantes em circunstâncias de desastres podemos citar: água potável e alimentos, agasalhos, abrigos, combustíveis óleos e lubrificantes, aparato de engenharia e comunicação, e material de saúde.

Os planos de apoio logístico interagem com os de mobilização preocupando-se com a necessidade de aquisição e estocagem de itens críticos e de consumo imediato indispensáveis ao início das operações, bem como garantir o apoio logístico às equipes empenhadas nas ações de resposta ao desastre de maneira que não dependam da comunidade assistida.

Os projetos de socorro compreendem isolamento e evacuação da área de risco, definição das vias de evacuação e controle de trânsito das mesmas, triagem socioeconômica, cadastramento dos desalojados, instalação de abrigos temporários, suprimento, provisão de alimentos, busca e salvamento, primeiros socorros, triagem e evacuação médica, limitação e controle de sinistro, rescaldo, comunicação social e proteção da saúde mental (apoio psicológico).

As ações pós-desastres compreendem avaliação dos danos, vistorias e laudos técnicos, desmontagem, desobstrução e remoção de escombros, reabilitação dos serviços essenciais, instalações de moradias com a preocupação de que não sejam
passíveis de destruição em evento futuro, com preocupação da utilização correta do espaço geográfico.

No Brasil graças a Deus, as ações de logística humanitária têm ocorrido por conta de desastres naturais, citemos mais recentemente os casos dos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Os procedimentos previstos prevê apoio prestados aos entes que tiverem situação de emergência ou estado de calamidade pública, quando reconhecidos pelo Poder Executivo Federal, mediante requerimento do Poder Executivo do Estado, Distrito Federal ou Município afetado. (Texto Adaptado do art. 3, parágrafos 1° e 2°, Lei 12340 de 01 de dezembro de 2010.)

Ainda estamos no planejamento, dentre as ações mais recentes sobre o tema, temos a Política Nacional de Defesa Civil de janeiro de 1995, e o Ministério da Integração Nacional de 2003. Nossa Política Nacional de Defesa Civil é de 2007,
tudo muito recente ainda.

Fato é que tivemos um aumento no número de ocorrências nos últimos 10 anos no Brasil, por conta de mudanças climáticas e o Brasil não está preparado para enfrentar estes desastres naturais, por mais esforços que temos da Defesa
Civil, Serviço Voluntário, Intervenções Militares e ONGs ainda trabalhamos no improviso., apesar de termos uma Política Nacional de Defesa Civil plena em seu planejamento, muito bem formulada.

Geralmente o que vem através da imprensa não é nem um terço dos acontecimentos, onde a dor e o sofrimento não acabam com a matéria.

Nossos colegas brasileiros que sofreram nos últimos acontecimentos ainda têm seqüelas ou problemas do tipo perda de familiares e entes queridos, bens materiais e sentimentais construídos ao longo de uma vida inteira. Faltam assistência do poder instituído no sentido de abrigos adequados, amparos e assistência psicológica.

Lidamos com tecnologia nuclear, e outros riscos, temos um aparato muito grande nos modais, principalmente aéreo, marítimo e terrestre (recursos privado mobilizáveis caso necessário), além de pessoal bem qualificado (principalmente
os militares e voluntários).

Deveríamos intensificar a oferta de cursos específicos de defesa civil, onde os próprios quartéis das forças armadas, bem como as polícias possuem conhecimento técnico e teriam capacidade física para isso. Ações como estas aliadas a um
plano de mobilização nacional e efetivo fariam com que tivéssemos uma logística humanitária em sobreaviso e de pronta resposta.

Créditos ao Ministério da Integração Nacional, à Defesa Civil e Todos os envolvidos em situações de ajuda humanitária.

Por: Palmério Gusmão

Fonte: Logweb