Home > Notícias > Logística é estratégica no comércio exterior pós-crise

Logística é estratégica no comércio exterior pós-crise


Fonte: Logweb

Passado o momento de crise, é importante ressaltar que o comércio internacional foi um dos grandes prejudicados. Se, por um lado, a economia doméstica brasileira passou bem nesse período, por outro, as exportações sofreram quedas vertiginosas, já que muitas empresas praticamente cessaram suas atividades no exterior. A dúvida que paira neste início de ano é sobre o que esperar do pós-crise?

Primeiramente, para as empresas brasileiras que interromperam seu processo de inserção internacional, a perspectiva mais recomendável no médio prazo é retomar a captação de novos negócios no mercado externo; para as que mantiveram suas operações externas, o momento é de retomar estratégias proteladas em função da crise. Significa dizer – de maneira bem simples – que o processo de internacionalização das empresas brasileiras veio para ficar e, nos casos de interrupção, o fluxo de bens e capitais para o exterior deve ser retomado. Com ou sem crise, esse processo é irreversível. O ritmo pode variar, mas a engrenagem não para de rodar.

Um dos pontos mais importantes nesse processo é obviamente a logística internacional. Cada vez mais temos empresas especializadas oferecendo pacote completo de serviços: são, ao mesmo tempo, agentes de carga, despachantes e operadoras logísticas envolvidas em uma rede de empresas seguradoras e transportadoras. O motivo é muito claro: as organizações-cliente querem encontrar todos estes serviços em apenas um lugar. Competência logística, alicerçada por uma gama de serviços para entregar o produto no exterior ou trazer a encomenda de fora, é uma qualidade essencial para os prestadores de tais serviços. Assim, as empresas-clientes têm mais tempo para se dedicar a dois aspectos fundamentais: a administração do próprio negócio e a análise do mercado externo.

A logística deve ser entendida como parte de um todo, de um conjunto de atividades que determinam o que chamo de processo de internacionalização. Seja a abertura de uma filial ou exportações, é muito importante não descuidar da empresa e do mercado. A organização precisa estar preparada para operar internacionalmente. Não há como descartar a capacidade de produção e sua relação direta com o sucesso das exportações. Adaptações de produto e melhoria de processos têm impacto direto na formação do preço internacional.

A análise do mercado também é imprescindível, pois países culturalmente diferentes ou muito distantes podem inviabilizar o envio ou a compra de produtos brasileiros. Portanto, a logística deve ser vista dentro desse contexto maior, ou seja, avaliando-se o grau de preparação da empresa para se internacionalizar ou ampliar suas ações e, ao mesmo tempo, em constante sinergia com as mudanças da economia e do comércio exterior.
 Olavo Henrique Furtado
Coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios