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A força dos pequenos


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e  Social quer ser a força de propulsão para o crescimento das pequenas
empresas. É o que garantiu Luciano Coutinho (foto), presidente da instituição, no seminário Construindo Startups de Classe Mundial,  promovido pelo Banco e pelo Instituto Talento Brasil, nesta quarta-feira, em Porto Alegre. “Nós nos comprometemos a investir R$ 400 milhões no próximo ano no Criatec 2 e 3”, assegurou Coutinho. O Criatec é um fundo dedicado às empresas em fase
inicial, quando encontram maior dificuldade em obter recursos privados. O investimento, segundo Coutinho, é fundamental para a criação de uma nova geração de empresários que irão movimentar a economia brasileira e gerar empregos de alta qualidade.

A região Sul tem se mostrado um solo fértil para o crescimento de startups, tanto que todos os estados estarão contemplados nas duas próximas edições dos fundos Criatec. “O Sul se destaca pela vocação natural no desenvolvimento de novas empresas. É uma questão cultural”, acredita Julio Raimundo, diretor da área de Mercado de Capitais, Industrial e Capital Empreendedor do BNDES.
Raimundo ressalta ainda o crescimento de grupos dedicados à criação de produtos na área de tecnologia da informação e cita como exemplo da força da região no setor a paranaense Bematech, que começou com financiamento do BNDES e hoje é a 145ª colocada no ranking 500 Maiores do Sul, elaborado por AMANHÃ e PwC.

Ainda em estágio inicial, mas com resultados promissores, a Cliever é outro exemplo da disposição do Sul para o desenvolvimento de startups de tecnologia. Incubada na Raiar, no parque tecnológico da PUCRS, há mais de um ano, a empresa produz impressoras 3D, utilizadas na construção de protótipos, brindes e brinquedos. Neste curto período, multiplicou seu quadro de funcionários para atender a demanda de cerca de 30 máquinas por mês. O trabalho, que antes era feito somente pelo seu fundador Rodrigo Krug, hoje está a cargo de nove pessoas.  Para 2013, Krug prevê um crescimento de 160%, chegando a um faturamento de R$ 1,2 milhão.

Para apoiar o crescimento, na última semana a Cliver fechou contrato com um investidor-anjo, como são conhecidos os
investimentos privados em empreendimentos inovadores. Com o aporte de capital, os “anjos” se tornam sócios da empresa e colaboram também com conhecimento do mercado e visão estratégica. Foram estes motivos que levaram Krug a recusar os
recursos de um banco público. Mesmo perdendo parte da propriedade da empresa, ele considera mais importante a experiência que o investidor privado pode trazer.  “Prefiro ter uma parte pequena de um grande negócio a ter uma parte grande de um pequeno”, explicou.

Na visão de Raimundo, é fundamental a participação de investidores privados para o crescimento do empreendedorismo no
Brasil. “Inovação é um ecossistema que envolve governo, empresas, academia, gestores de fundos privados, anjos. É preciso que o governo provoque esta aproximação entre as startups e os investidores”, aponta. Ainda assim ele assegura: “Não vai deixar de faltar fundo para boas ideias de negócio”.

Fonte: http://www.amanha.com.br/home-internas/5650-a-forca-dos-pequenos