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Cadeia de suprimentos flexível permite negócios arriscados


A gestão de risco da cadeia de suprimentos está intimamente associada à proteção dos lucros e à geração de valor para o acionista. Ao compreender melhor as conseqüências financeiras das vulnerabilidades da cadeia de suprimentos, as empresas podem desenvolver estratégias pró-ativas e preditivas que se preocupem com o desenvolvimento da flexibilidade contínua do negócio, e não apenas com sua recuperação de desastres ou de outros transtornos.

Para as empresas que hoje se empenham em alcançar um melhor desempenho, a implantação de uma cadeia de suprimentos enxuta e eficiente pode ser uma vantagem competitiva. Contudo, dado o grau de complexidade que essas cadeias adquirem com o tempo, é grande o risco de insucesso a que estão sujeitas. É como o alpinista que depende da resistência da corda que usa. Uma corda de dez metros comporta um certo risco de desgaste, já o risco de desgaste de uma corda de 100 metros é dez vezes maior. Se o alpinista decide amarrar uma corda à outra, cada ponto de ligação constituirá um risco a mais.

Uma cadeia de suprimentos moderna não é diferente disso. Trata-se de uma rede enorme bastante diversificada e de alcance mundial. Os fornecedores estão quase sempre localizados em inúmeros locais diferentes, alguns até mesmo em lugares muitos distantes. Assim como no caso do alpinista, o risco de ruptura depende das leis da física e da probabilidade.

Infelizmente, a capacidade de prever e de administrar o nível de risco da cadeia de suprimentos não acompanhou o ritmo e a extensão da cadeia de suprimentos. As avaliações tradicionais de risco, que normalmente medem apenas algumas variáveis, como a probabilidade e a magnitude do seu impacto, não contam com a especificidade e com a sofisticação necessárias à proteção contra possíveis rupturas na cadeia — sejam elas catastróficas, sejam triviais.

Durante muitos anos, as empresas sempre se preocuparam com a “eficiência” de sua cadeia de suprimentos. Atualmente, uma companhia de alto desempenho busca necessariamente algo muito menos palpável: flexibilidade. Chegará o dia em que o esforço das empresas para assegurar ganhos futuros será tão importante quanto atender às expectativas de lucros por ação. Para que isso se torne realidade, é imprescindível que a cadeia de suprimentos seja mais bem administrada, e o risco, menor.

Uma preocupação básica das empresas hoje em dia remete à incapacidade de adotarem uma gestão da cadeia de suprimentos de caráter holístico, perene e pró-ativo. As empresas que só decidem agir quando se vêem diante de algum problema talvez não consigam se recuperar com a rapidez necessária. Em face do ritmo atual das mudanças, a boa gestão de risco deve estar cada vez mais em sintonia bloodborne sti test com os acontecimentos e pronta para entrar em ação. É preciso quantificar e gerenciar todo o ciclo de vida do risco operacional e ambiental a que está sujeita a cadeia de suprimentos — o que, de acordo com um estudo da Conference Board, raramente acontece.

Conquistando a flexibilidade

O que significa ter uma cadeia de suprimentos flexível? Vejamos o que aconteceu faz alguns anos a dois fabricantes de produtos de alta tecnologia que adquiriram componentes críticos de fabricação da mesma empresa no exterior. Depois que um incêndio arrasou as instalações desse fornecedor, uma das empresas que dependia do seu fornecimento ficou seriamente prejudicada e não pôde atender à demanda dos seus clientes durante várias semanas, o que gerou um prejuízo de cerca de 2 bilhões de dólares para a empresa naquele ano.

Em vez de reagir à ruptura comunicando as partes envolvidas e conscientizando-as do ocorrido, a cadeia de suprimentos flexível permitiria detectar antecipadamente esse tipo de evento por meio de recursos de monitoramento e de alerta de tempo integral. Ao tomar conhecimento de antemão sobre um possível risco, a empresa municia as pessoas certas com as informações adequadas, pondo em ação dessa forma planos de ação e de colaboração previamente preparados capazes de impedir a ruptura do sistema ou de minimizar seu impacto.

Modelo abrangente

Embora essa flexibilidade demande tempo, uma coisa que a empresa pode fazer imediatamente é avaliar, de forma mais realista, os riscos que, de fato, ameaçam sua cadeia de suprimentos em âmbito global. Esse tipo de avaliação é essencial para uma resposta de caráter holístico que conduzirá, por fim, à flexibilidade.

Faltam às avaliações tradicionais de risco a nuança e o foco que lhes permitam lidar com a cadeia de suprimentos moderna. Falta também a elas a capacidade de determinar, com precisão, as conseqüências financeiras de suas múltiplas vulnerabilidades, tais como o custo da recuperação, das oportunidades perdidas e da minimização de tais vulnerabilidades no futuro.

Fonte: http://revistaquem.globo.com/